De acordo com a American Gaming Association, há mil cassinos ativos atualmente no país. Planos para expandir os jogos de cassino são tipicamente controversos. É por isso que o Professor de Economia de Charleston (Estados Unidos), Doug Walker, é consultor de diversas organizações e grupos relacionados com a exploração do jogo. Em um artigo recente, ele apresentou um estudo dos impactos econômicos desse tipo de casa de jogo na economia de cidades americanas. As reflexões são válidas para a realidade brasileira, como veremos a seguir.
Análise de custo-benefício
Cada vez que a legalização dos cassinos é considerada, situações similares a esta acontecem: os proponentes argumentam que os cassinos irão gerar arrecadação com impostos, empregos, e aumentar a média salarial. Os que são contra a legalização argumentam que os custos sociais, como violações da lei e o vício no jogo superam os benefícios em potencial. Ambos lados desencorajam as afirmações da oposição.
Então o que as pesquisas apontam?
Quando se trata dos benefícios econômicos dos cassinos, foram realizados diversos estudos focados em crescimento da economia, empregos, salários. Talvez o mais compreensivo deles tenha sido realizado nos Estados Unidos. Os resultados mostram que condados americanos com cassinos possuem uma maior parcela da população empregada que os outros (cerca de 8%); os salários também são ligeiramente mais altos nas regiões que possuem cassinos.
Arrecadação com impostos
Talvez o benefício político mais importante dos cassinos seja a receita fiscal. Embora na maioria dos estados americanos os jogos forneçam uma proporção muito pequena em arrecadação (geralmente menos de 5%), os impostos sobre os cassinos tornam mais fácil para os políticos evitar cortes de gastos ou outros aumentos de impostos.
No Brasil, no entanto, a expectativa de arrecadação com o jogo seria muito mais relevante economicamente. Ou seja, provavelmente os impostos seriam mais altos.
Jogo compulsivo
No lado do custo da equação, os pesquisadores concordam que a maioria são atribuíveis a jogadores problemáticos, que representam cerca de 1% da população. Essas pessoas desenvolvem uma variedade de problemas, incluindo redução da produtividade no trabalho; problemas financeiros, dívidas incobráveis e falências; cometer crimes para obter dinheiro para jogos de azar; e mentir para amigos e familiares. Os pesquisadores estimam que cerca de 70% dos jogadores problemáticos têm outros problemas, como abuso de drogas ou álcool. Assim, torna-se impossível atribuir custos sociais especificamente ao problema do jogo da pessoa. No entanto, a literatura científica sobre os tipos de dificuldades associadas ao problema do jogo está bem desenvolvida. A regulação americana exige que as casas de jogo destinem 1% de suas receitas para o auxílio aos jogadores com problemas de compulsão. Além disso, os jogadores viciados devem ser banidos dos locais, para impedir que continuem a apostar.
Concorrência
E quanto aos impactos dos casinos nas loterias? Houve recentes alegações de que os cassinos poderiam prejudicar significativamente a loteria de Massachusetts, nos Estados Unidos. Evidências empíricas recentes tendem a contradizer isso. Na cidade de Maryland, a instalação de cassinos levou a uma queda de apenas 2,75% nas vendas de bilhetes de loteria.
Como, então, avaliar o impacto?
É verdade que os cassinos têm uma variedade de impactos nas comunidades de acolhimento; Eles criam custos e benefícios, os quais provavelmente são menos importantes do que os defensores mais fortes dos casinos e os adversários afirmam. Mas, de uma perspectiva puramente econômica, mesmo considerando as dificuldades em medí-las, os benefícios dos casinos superam os custos – sendo os principais benefícios a liberdade dos consumidores que gostam do jogo de cassino se divertirem, e o incentivo turístico.
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